terça-feira, 30 de dezembro de 2008

"...novos uniformes..."









Olá, eu sou Edvaldo e este é meu primeiro texto no Mundos Invisíveis. Claro que é também meu último "texto público" do ano. Quem frequenta a paisagem mental do Carlos Alberto talvez já tenha esbarrado em coisas minhas. Espero ser constante (quem entender o título já sacou qual é a minha com essa frase). Primeiro porque o Carlos é um dos caras que mais admiro no mundo fanzinário (só pra começar com a rasgação de seda). Segundo por que eu sempre convidei o cara pra fazer coisas fanzinárias, inclusive em meu bizarro projeto terror-pulp-tosco-trash-sem-vergonha entitulado DELÍRIO PULPZINE e ele sempre me deu bolos e mais bolos envenenados. Ele deve estar se perguntando quantas vezes eu cheguei diretamente pra ele para fazer convites dessa natureza, contando poucas nos dedos neste momento, mas meu amigo, ao que percebo, tem certa dificuldade de enxergar as entrelinhas, semelhança que guarda comigo...
Espero contribuir para que o Mundo Invisível que compartilho com D. Carlos e seus outros colaboradores não permaneça tão invisível quanto possivelmente ele acha que é, sob pena de levar um pé na bunda histórico do dono da casa, depois de tanto esperar pra estar aqui.rsrsrs. Aqui eu vejo uma oportunidade de voltar a escrever o que quer que seja num blog e estar sempre em contato com ele que é um "herói infiltrado" como tantos outros que me fascinam na capital do Forte e compartilha conosco, seus colegas jumpers, dos gostos incomuns que tão estranhos são às pessoas comuns. É um nome muito apropriado para um blog que congrega pensamentos diversos e, por que não dizer, sentimentos que muitas pessoas com as quais convivemos não ousam admitir que têm a respeito dos mundos visíveis.

Para começar uma pesca rápida da minha parcela de almas, me apresento explicando as referências que escondi nas entrelinhas do meu primeiro post aqui, as próprias constituindo uma singela homenagem ao meu anfitrião:o título é retirado de uma das músicas da Mucous Membrane, a banda do mago mais famoso dos quadrinhos, Jonh Constantine, de quem eu sou fanzão e, até onde eu sei e informações "orkúticas" dizem, D. Carlos também é. Fui lá no fundo do baú empoeirado buscar o número um da revista Hellblazer lá pela página 46 onde há a letra de "Venus of Hardsell" da famigerada banda clone do Sex Pistols da qual o ocultista fazia parte num passado anterior às suas primeiras trambelhagens em Hellblazer. Um dos versos diz: "There´s new uniformes in the Church Bazaar/fanatics´ve got the rising stars". Usar referências malucas feito essas, sem a menor esperaça de que meus interlocutores as reconheçam é uma mania (recurso) que tenho absorvido do próprio criador de Constantine, o Mago de Northampton, Alan Moore. Claro que sou podre nessa arte, que o homem domina como ninguém e ainda afirma ser um artifícil linguístico inerente à qualquer manifestação da magia, mas eu não sou mago e...só estou começando. Inclusive em meus fanzines existem muitas dessas mensagens escondidas, inclusive relacionadas ao próprio Sir Moore e suas obras. Algumas bem claras, como o desenho promocional de Vde Vingança numa das páginas do Paranóia 10. Outras muito bem plantadas em textos diversos ao longo das outras nove edições do mesmo fanzine.

Escrever é incrível. Não importa o que seja ou como seja. Não me admira que Alan ache que seja uma das principais formas de magia existentes. Estar aqui, mesmo ainda sem saber por que motivo ( como afirmo no famigerado texto iconoclasta anti-sartreano citado abaixo por D. Carlos) ou se realmente vale a pena, me trás de volta do mundo sombrio das pessoas que não lêem, não ouvem A música e sequer desconfiam da existência de um cara chamado Alan Moore. Se você chegou até aqui, puxa, você me deu um grande presente. O único maior que a oportunidade real de me dirigir a você. Se puder experimentar o quanto é bom escrever pra alguém que você sabe que vai "te" ler e gostar do que está lendo , escreva pra mim. Pra nós.rsrsrsrs. Feliz Ano Novo, você.

domingo, 28 de dezembro de 2008

E POR ÚLTIMO...

Parece que eu até estava adivinhando como seria o final de 2008, parece que eu até estava adivinhando seu fim, que entrei o ano com os dois pés de com força e de voadora para não ter erro. Não que 2008 tenha sido um ano ruim, ele foi normal. Melhor pior que qualquer outro ano. Eu não acredito nesse negócio de ano novo, por isso não comemoro, passagem, essas coisas. Preferiria comemorar cada dia como um dia novo, mas se não faço isso, então não faço nada. 2008 foi um ano bom em metade. Ganhei, perdi como em todos os outros anos, como em todos os dias. Meu problema foi com os presentes que recebi com a chegada do final de ano, mas isso pode ter sido apenas coincidência ou algo do tipo. Verdade que algumas coisas poderiam não ter acontecido, ou melhor, se repetido, mas quanto tudo vêm, não se pode sair do caminho as vezes. De toda forma, sem me alongar muito, que este novo dia venha, e que traga luz, luz, cada vez mais luz nessa vida. Voltamos em 2009, com força total quem sabe. E com novidades.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

IT´S CHRISTMAS ?

Recebi este postal da Paula, que mesmo com a distância e minha sempre falha como amigo missivista acaba lembrando de mim. No postal Paula me mandou uns dizeres do velho Drummond;

Vamos não chores...
A infância está perdida.
A mocidade está perdida.
Mas a vida não se perdeu.”





A menina e, me enviou este vídeo mais que bonitinho da banda Sixpence None The Richer via Orkut, da música Silent Night. Que me fez ver melhor o que o André me disse deles serem uma banda cristã.



E por fim eu me lembrei dessa dos velhos e sempre bons Ramones.

Aproveite o Natal, caso você comemore natal.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

FELIZ 2008

Num pesadelo terrível, sonhei que repetia de ano. Sou uma boa menina, não mereço outro 2008.”
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21 Gramas fazendo sua lição de casa.

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Infeliz 2008?

"2008 ta acabando - eu não acredito muito nessa história de “acabando”, mas enfim. Foi um ano foda. Acho que foi o pior ano da minha vida, e a minha vida tem sido sempre uma sucessão de anos ruins e mais ou menos ruins. Em 2008 uma porrada de coisas chegaram ao limite do aceitável. Sentimentos contraditórios - a idade que eu nunca quis ter e junto com ela um pacote nada agradável - me mostraram o que eu nunca quis ver de verdade, ou seja, eu mesmo. Nunca tive tanta certeza que estou fadado ao fracasso, pois não consigo mesmo acreditar em porra nenhuma na prateleira do supermercado. Eu tento, eu juro que estou me esforçando, mas ta cada vez mais difícil, mais distante. Foda-se. Foda é acordar de manhã e saber que o dia vai sim se arrastar, te entupir o nariz, as artérias, que vai te dar taquicardia, estrangular o pulmão e invariavelmente você vai ficar sem ar, em frangalhos, mas vivo ao final do dia. Esse é o problema, chegar vivo ao final do dia - e tem sido assim desde sempre. Tiveram bons momentos? Claro... Bom, tudo tem que acabar um dia, então que seja de uma vez. Vai doer? Vai, então que doa muito, a gente agüenta. Aprendemos alguma coisa com isso? Ás vezes... Bom, tomara que exista mesmo alguma coisa depois disso - eu to falando isso mesmo??? 2009, né? Puta que o pariu, mais um ano como 2008 e eu juro que desço. Que 2009 seja mais elegante e um pouco mais bem intencionado com a gente… tomara"
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Rubens K, espele um para quem não acredita no que está nas prateleiras dos supermercados.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

99 LIVROS PARA LER EM 2009

Fim de ano chegando, e vem aquela velha mania de criar listas e mais listas de coisas a fazer em 2009. Amirtom Alves criou em seu blog Paredes Teto sua lista de 99 livros para ler em 2009, entre ficção e teatro, biografias e memórias, poesia, história e estudos literários, filosofia e psicanálise, ensaio e política. Prato cheio para quem gosta de ler. Confira.


sábado, 13 de dezembro de 2008

VAI VALÊNCIO.

Sempre perdido dentro de mim mesmo, acabo sempre atrasado nas notícias de última hora. Vim saber apenas hoje que o escritor Valêncio Xavier passou para o andar de cima. Autor de O Mez da Grippe Valêncio foi considerado um escritor que se segurava na lembrança, na memória, para compor seus contos, que por vezes eram caóticos, outras vezes calmos, jornalísticos, cinematográficos ou descritivos a ponto de fazer o leitor realmente ver ou sentir o que o personagem estava vendo ou sentindo. Valêncio criava seus contos colocando personagem e leitor em um tipo de labirinto escuro, sufocante, claustrofóbico. Comprei O Mez da Gripe há poucos dias e o li em dois instantes, sem imaginar que o autor tão cuidadoso com seus contos estava perto de chegar a seu fim carnal nesta existência.

Valêncio sofria de Alzheimer, essa terrível doença que faz com que aos poucos a pessoa perca a memória de uma forma cruelmente triste. Fica aqui o singelo desejo deste tão recente e falho leitor, de que Valêncio seja capaz de cada vez mais penetrar na lembrança, na memória das pessoas deste país tão coberto pelo esquecimento sobre seus escritores.

"Tiro Valêncio Xavier da estante.
Deito na cama que fiz.
As pessoas morriam de gripe
No mundo que eu mesmo quis."

Lourenço Mutarelli em O Cheiro do Ralo

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

UM ROMANCE INÉDITO DE CARLOS



E nesta próxima Sexta - Feira o escritor Carlos Emílio Correa Lima Vai lançar aqui no Forte Fortaleza seu novo romance Maria do monte - o Romance inédito de Jorge Amado, no Dragão do Mar, as 20 horas.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

BRINCANDO COM A METALINGUAGEM

Os meninos do Travis brincando com a metalinguagem usando "Whiting To Reach You", música que abre o disco "The Man Who".

E eu dedico este post vídeo para o companheiro André, que aniversaria hoje. Lembra que este foi o primeiro disco que você me passou? E dês de então, quantos outros.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

A MEMÓRIA DE QUEM VIVE EM HOSPEDARIAS

Há dessas reminiscências que não descansam antes que a pena ou a língua
as publique. Um antigo dizia arrenegar de conviva que tem boa memória. A
vida é cheia de tais convivas, e eu sou acaso um deles, conquanto a
prova de ter a memória fraca seja exatamente não me acudir agora o nome
de tal antigo; mas era um antigo, e basta.
Não, não, a minha memória não é boa. Ao contrário, é comparável a alguém
que tivesse vivido por hospedarias, sem guardar delas nem caras nem
nomes, e somente raras circunstancias. A quem passe a vida na mesma casa
de família, com os seus eternos móveis e costumes, pessoas e afeições, é
que se lhe grava tudo pela continuidade e repetição. Como eu invejo os
que não esqueceram a cor das primeiras calças que vestiram! Eu não atino
com a das que enfiei ontem Juro só que não eram amarelas porque execro
essa cor; mas isso mesmo pode ser olvido e confusão.
E antes seja olvido que confusão; explico-me. Nada se emenda bem nos
livros confusos, mas tudo se pode meter nos livros omissos. Eu, quando
leio algum desta outra casta, não me aflijo nunca. O que faço, em
chegando ao fim, é cerrar os olhos e evocar todas as coisas que não
achei nele. Quantas idéias finas me acodem então! Que de reflexões
profundas! Os rios, as montanhas, as igrejas que não vi nas folhas
lidas, todos me aparecem agora com as suas águas, as suas árvores, os
seus altares, e os generais sacam das espadas que tinham ficado na
bainha, e os clarins soltam as notas que dormiam no metal, e tudo marcha
com uma alma imprevista que tudo se acha fora de um livro falho, leitor
amigo. Assim preencho as lacunas alheias; assim podes também preencher
as minhas.
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Convivas de Boa Memória - Dom CasmurroMachado de Assis

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

SARTRE É NADA!

[Sartre em; O ser e o nada, ou qual quer bobagem dessas, eu não me importo eu não ligo!

Ensaio ontológico sobre a tensão argumentativa noturna nos ante – Sartreanos e etc.etc. e tal.]

É madrugada. A poeira das revistas e livros antigos faz descer do meu nariz um tipo de catarro engraçado que brilha bonito. É mais viscoso que os catarros normais e observo sua lenta descida até o pano de chão que arrumei para apará-lo.

Enquanto vejo esta bela secreção sair de dentro de mim, penso em como é difícil juntar umas letrinhas pra dizer as coisas nas quais acreditamos. Assim, sem parecer nem menos do que você é. “What is it you want to change?” (o que é que você quer mudar?). Aposto que, toda vez que as letrinhas teimam em sair da sua cabeça você pensa nessa frase e ela se repete exaustivamente ai dentro.

Sartre repousa pesadamente sobre minha mesa, no interior das mais de quinhentas páginas de “O Ser e o Nada”, que eu não sei se vou ler (provavelmente não, o que você acha?). Conforta-me a idéia de que talvez Sartre também não soubesse o que “O Ser e o Nada” mudaria. Conforta-me ainda mais a certeza de que, mesmo que eu quisesse, não me meteria a escrever mais de quinhentas páginas e ainda assim não saber o que muda depois de tudo.

Acho que não é muito adulto brincar de elevador com o próprio catarro. Mas sei lá, a filosofia, pelos mesmos motivos, também não é muito adulta. Cada um defende aquilo em que acredita.

Eu acredito no catarro. Você pode acreditar em Sartre ou no seu catarro. O fato é que, tudo que preciso é de um lenço! Para Sartre, conseguir umas letrinhas era bem mais fácil do que é pra gente (será?). E que diferença faz? Bem, não há nenhuma diferença entre Sartre e eu, a não ser a de que ele precisaria de zilhões de argumentos para explicar que o meu catarro existe, enquanto eu simplesmente sei que ele existe.

Edvaldo Ramos Leite
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Texto publicado inicialmente no zine “Plano 9”, um dos zines mais azilantes , pirados e nonsence que já surgiu aos meus olhos aqui em Fortaleza. O zine teve ao todo quatro números e rolou pela cidade pelo menos por um ano eu acho. Já tinha colocado este texto em meu antigo blog, mas acabei lembrando e relendo nesta madrugada onde as coisas nem vão nem ficam por completo.
Faz falta certas coisas nesta cidade. Como certos zines, certas bandas ou certas pessoas. Faz falta encontrar com o Edvaldo ou com o Fábio, que eram as duas cabeças pensantes no zine. Te toda forma, se tudo continua... Você, o que quer realmente mudar? No que realmente acredita? Filosofia, história, psicologia ou em seu próprio catarro?

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

OBS...

Bom, já que estão (quase) todos falando nele e ainda dá tempo, vamo nessa.
[Ilustração bonitinha de Patrick Moberg, que roubei do Da Groselha.]

domingo, 16 de novembro de 2008

O PREFERIDO DE APOLO

Não pense na solidão desses dias tropicais. Nem pense na imensidão de pessoas desconhecidas se espremendo entre ruas e automóveis. Pare de pensar no calor insuportável que faz nessas terras iluminadas. Nem lembre a ausência de ventos, dos quais deveríamos ser uma dádiva. Porque pra falar a verdade, o mundo é imenso. E por mais estranho que pareça tudo faz sentido. Quando o Sol beijar seu rosto, num final de tarde de domingo. Talvez você tenha certeza que de Apolo, você é o preferido.

Apenas para não esquecer - Cícero Magerlânio
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Roubei isso do blog do Cícero Magerlânio - este que sempre será o preferido de Apolo -, depois de acordar dentro de um sonho ruim, estranho, e ser tomado por pensamentos longos e silenciosos. E fico tentando ao máximo pensar que tudo nesta vida faz um sentido, mesmo que estranhamente.

sábado, 1 de novembro de 2008

PARTINDO PARA YUKON HO

Quanto tempo dura uma infância, até a grande queda que é a idade adulta? Jorge Cardoso diz que: “A criança, toda criança, habita o paraíso por seis anos. Depois é uma descida vertiginosa ao inferno, vamos caindo e batendo, e em cada pedaço de pedra vez por outra encontramos uma brisa que refresca. E rimos.” Estaria ele certo?
Já não sou mais criança, e muitos ainda dizem que sou um menino. Talvez estejam certos. Se me pegassem visitando um revistaria de quadrinhos e saindo de lá com quarenta reais a menos no orçamento mensal e com livros de quadrinhos dentro dos bolsos, isso faria mais sentido?

Yukon Ho! É o novo livro de tiras que a Editora Conrad lançou por esses tempos com as estórias fantásticas do menino Calvin e seu amigo Haroldo. Calvin é um menino de seis anos, hiper-ativo, que tem como melhor amigo Haroldo, um tigre de pelúcia. Quando Calvin está perto de humanos, seu pai ou sua mãe, Haroldo é um mero brinquedo de pelúcia. Mas quando Calvin fica sozinho, o tigre de pelúcia se transforma em seu amigo imaginário de aventuras.

Criado pelo quadrinista Bill Watterson, Calvin e Haroldo são a figura da idéia do menino e seu amigo imaginário, do menino com seu próprio mundo, sua cabeça, sua mente, sua imaginação. Calvin passa dias de verão brincando com Haroldo, conversando, mostrando ao seu tigre de pelúcia suas idéias sobre o mundo em que vive, e o menino encontra na amizade imaginária um mundo próprio, um tipo de salvação. Lança-se para uma viagem para Yukon Ho, uma terra onde a liberdade prevalece: “Pegue o trenó, meu velho amigo felino fiz um lanche pra gente levar/ estamos prontos, e o nosso destino é partir e não mais voltar. Yukon é onde queremos morar! Não há outra alternativa/ lá vamos gritar e xingar e agir de maneira primitiva. E àquela escola nefasta não mais iremos voltar. Aos professores tirânicos, um basta/ ninguém vai me ensinar a somar. Nada de regras pra nós! O tempo sem neve acabou. Já vão tarde os adultos bocós! Estamos partindo! Yukon Ho!" - Canta calvin com Haroldo em sua viagem para um tipo de passargada infantil.

O mundo de Calvin e Haroldo é tão complicado quanto o mundo de um adulto, os anseios e divagações que Bill Watterson coloca em suas tiras são reflexões sobre nossos anseios e divagações adultas; dinheiro, felicidade, paternidade, alegria, Deus... Watterson usa Calvin e seu tigre de pelúcia Haroldo para daí criar reflexões sobre nossa condição de adultos.


Yukon Ho! com Calvim e Haroldo são uma ótima companhia.


Yukon Ho! As aventuras de Calvin e Haroldo por Bill Watterson - 127 páginas
Editora Conrad
Tradução: André Conti


sábado, 25 de outubro de 2008

CANTADORES DE CONTOS

Caros amigos,
Recém-chegado do Rio e da Bahia, onde fui lançar meus três novos livros: "Virgílio Varzea: os olhos de paisagem do cineasta do Parnaso", "O Romance Que Explodiu" e "Maria do Monte, o romance inédito de Jorge Amado" (sucesso total e somente começando), convido-os para participarem da décima Zona Poética Liberada, sob minha curadoria e da poeta Ayla Andrade aqui no Centro Cultural Dragão do Mar, em Fortaleza.

Entrem no youtube (em português) e digitem a frase "o romance que explodiu" para acessarem minha performance com o poeta Márcio-André na livraria do Cine Odeon Glossolalia pura para espectadores em um tempo em que ninguém lê, escuta ou presta atenção à literatura. Mas isso vai mudar, e já !... Com a completa explosão suicida do capitalismo ganancioso financeiro. Tempos áureos estão de volta. A Canhoeira das Eras e a Coluna de Clara Sarabanda retornam e retomam seus constantes novos rumos
Beijos e abraços
do Carlos Emílio C.Lima

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Voltando de viajem ao forte Fortaleza, o companheiro Carlos Emílio mandou essa mensagem avisando sobre o décimo ZPLZona Poética Liberada, que nesta edição irá trazer os escritores Leomackelene, AnnaK Lima, Dario Oliveira, Geísa Salgueiro, Filipe Teixeira e Ayla Andrade. Vai ser daqui a algumas horas, e eu tentarei ir. Tentarei.
Para quem não puder passar por lá, fique aqui no mundos invisíveis com a leitura de Carlos Emílio de um trecho de seu Livro “O Romance Que Explodiu”.


sábado, 18 de outubro de 2008

A VOLTA DOS QUE NÃO FORAM

"Grandes selos indie como Matador e Subpop estão prensando o trabalho de seus artistas em vinil como o seguinte plano: compre a bolacha e baixe o arquivo digital de graça no seu IPOD. Essa solução é perfeita para essa era de desespero em que as gravadoras vivem com a troca indiscriminada de arquivos pela internet. MP3s soam como comida requentada no microondas. Já os vinis trazem o peso dos instrumentos e o timbre da voz bem próximos ao original gravado em estúdio. E os CDs... Bem, esses já eram!"
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Essa notícia saiu na Revista ELEELA deste mês, que só veio me cair nas bancas terça passada. (Me fez lembrar de uma entrevista em que Lobão falava da volta dos vinis como um objeto mais presente nas mãos (e ouvidos) de quem gosta realmente de música).

A revista que passou por umas mudanças e agora está sobre o comando editorial de Piti Vieira trás também; Amy Winehouse popozuda no photoshop, uma boa entrevista com Peter Ellis - o inventor do viagra - sobre sua cria, uma mini entrevista com Natalie Mclennam – a acompanhante de Dois mil dólares a hora-, uma matéria de Ronaldo Bressane sobre depilação feminina, um conto erótico de Fakir, e é claro, belos ensaios de nu com as modelos Priscilla Dalacqua e Karen Lima.

Nota-se a diferença da revista com a entrada de Piti Vieira como editora chefe. Claro, que ELEELA ainda continua sendo uma ótima revista para se ler, mas nota-se a diferença. Senti falta do espaço dedicado à pornografia. ELEELA sempre vinha tratando o assunto não como muitos o vêem; mera putaria, mas sim como ele realmente é; uma arte. A entrada de Piti também trás a entrada de seus amigos para a revista (Bressane, por exemplo) e isso me faz sempre lembrar de certa desconfiança que tenho a aceitar projetos feitos com os amiguinhos. De toda forma, ELEELA ainda continua sendo uma ótima revista, vale a pena conferir suas ótimas matérias e belos ensaios.
Ah, e mesmo sabendo que para bom observador um detalhe basta, é bom reforçar que Mundos Invisíveis agora também conta com a colaboração de André Morais, um amigo que resolveu entrar nesta invisibilidade comigo.

domingo, 28 de setembro de 2008

ZERO ZERO

Encontrei este “santinho” vagando na Bezerra de Menezes num domingo quando vinha andando com a Ju. Rimos, rimos muito. Não se pode acreditar em uma coisa dessas. Mas o que esperar de uma cidade que elegeu alguns anos atrás como vereadora Deborah Soft?! Que até então nunca tinha tido história nenhuma com política, e sim com clubes de Strip Tease, e que nestas eleições que estão por vir, tem outra garrota de Strip, Adrielle Fatal. O que se esperar de uma cidade com candidatos a vereadores como esses, tão comédia? Ter a senhorita – diga senhora, ver foto – Kátia Heffner (PTB) como vereadora, é somente mais um prego na cruz da situação constrangedora de que ser cearense é ser “moleque”. E é com esse jeito “moleque”, que temos andado tão mau em tantos aspectos. É com esse jeito moleque de ser cearense cabeça chata, que não levamos quase nada a sério, nem mesmo a política. Senhorita Deborah Soft passou da vida da noite de roupas tiradas e shows de sexo explicito em boates para a vida de senhora da política com votos consideráveis, faria uma pesquisa mais detalhada se quisesse, mas não quero. E nossa Adrielle Fatal? Alguns dizem que ela não terá a mesma sorte. Eu discordo. Sorte é para quem quer ter sorte, e sendo assim, para poucos. Penso que ela será eleita. Eu nunca acreditei em política, nos dias atuais não acredito em mais nada. E sendo assim, nada mais justo que no próximo Domingo nas eleições para prefeito e vereador, o zero zero será meu numero de ordem, ou de falta de ordem. Eu não sou punk nem muito menos anarquista, eu só não acredito em política, em políticos, em promessas. Nunca acreditei, não darei chance que algum imbecil ganhe dinheiro as minhas custas. Meu dinheiro é meu, eu já tenho que vender (e agora pagar) para tê-lo. Não se deve dar muita chance que algum idiota passe quatro anos quanhando muito dinheiro trabalhando pouco. Mas pensando assim, não é isso que todos nós queremos? E pensando ainda assim, é até bem dado os cargos as meninas de Strip, elas já pegaram muito no duro para suportar essa vida. E essa vida por vezes é muito dura para ser suportada.

sábado, 20 de setembro de 2008

UM ROMANCE INÉDITO DE JORGE AMADO

Caros amigos,
Para mim está sendo uma grande honra lançar nacionalmente o meu romance “Maria do Monte, o romance inédito de Jorge Amado” – (Tear da memória Editora) na Fundação Casa de Jorge Amado, na cidade da Bahia de todos os Santos...
Abraços
do

Carlos Emílio C. Lima.
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Recebi essa do Carlos Emílio sobre o lançamento de seu novo livro. Você pode vir aqui e conferir o primeiro capítulo do livro antes de seu lançamento oficial. Leia mais.

sábado, 13 de setembro de 2008

AS TENTATIVAS DE CONTINUAR

O que é exposto como destino em nossas mãos é no máximo a possibilidade de um mapa mal rasurado [e quando muito uma bússola!] cabe a nós assumirmos o risco de uma trajetória sinuosa... Uma longa caminhada corresponde ao olhar introspectivo da escrita: há expectativas e estas decorrem oclusivas e silenciosas no ser... Assim escreve-se porque entre tantas coisas há um silêncio, e prossegue-se nesta escrita porque se persegue este mesmo silêncio... A partir dele estão os sentidos, as memórias, os afetos... Não importa o quanto à palavra esteja eclipsada, ela ainda está ali... Eis a razão porque continuar; ainda que após auchswitz escrever poesia seja um ato de barbárie [adorno]... Ainda que um rio fique completamente seco, há a pedregosidade de algo que nunca se deixa mudo... O pensamento como algo que nos arrasta silenciosamente [um modo outro de buscar esta escrita]. Deste silêncio há muito que se falar: a crise da linguagem é mais ainda um motivo pra continuar a escrever... Eis mais uma face do silêncio como recolhimento tão necessário à criação [blanchot]... Em maio nem tanto uma ou outra língua, mas a correnteza de uma linguagem que nos move o pensamento, a memória e sua siamesa relação com o esquecimento – eis o desafio: o que fazermos com este pensar? Resistirmos como testemunha de um naufrágio ou tragédia? Esta escrita persevera em direção a uma fronteira... Não importa o caos de um tempo em que se está sempre envolvido, respira-se contra & além dessa existência...

A palavra que se desancora & se desafia – Benoni Araújo
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Eu sou este silêncio, eu estou neste silêncio. Algo que me impede de escrever como antes. Talvez porque já não seja mais hora de escrever. Mas talvez porque já não seja mais hora, aí então que sinto essa necessidade de escrita mesmo que ela não signifique tanto para tantos. Mas para mim, é algo que não poço deixar morrer. Porque morremos todos os dias, a morte não vem de uma vez só, ela acontece todo o tempo, e assim se segue até um momento maior. Por isso, talvez mesmo sem tanta vontade, ou com a cabeça já não funcionando como era antes, e mesmo sentindo que já não existe mais uma volta possível ao que era antes, é assim que tento continuar. Eu sou o antes. Mas nem sempre sou o agora. E mesmo eclipsado, talvez ainda continue aqui.

De toda forma, não consegui pensar em um outro texto para (ré) começar como “A Palavra que se desancora e se desafia” do escritor Benoni Araújo. Sei que foi um dos últimos posts de meu antigo blog, mas mesmo assim, este texto para mim é algo que sempre vale a pena ser lido.
Seja bem vindo a este mundo invisível.