domingo, 28 de setembro de 2008

ZERO ZERO

Encontrei este “santinho” vagando na Bezerra de Menezes num domingo quando vinha andando com a Ju. Rimos, rimos muito. Não se pode acreditar em uma coisa dessas. Mas o que esperar de uma cidade que elegeu alguns anos atrás como vereadora Deborah Soft?! Que até então nunca tinha tido história nenhuma com política, e sim com clubes de Strip Tease, e que nestas eleições que estão por vir, tem outra garrota de Strip, Adrielle Fatal. O que se esperar de uma cidade com candidatos a vereadores como esses, tão comédia? Ter a senhorita – diga senhora, ver foto – Kátia Heffner (PTB) como vereadora, é somente mais um prego na cruz da situação constrangedora de que ser cearense é ser “moleque”. E é com esse jeito “moleque”, que temos andado tão mau em tantos aspectos. É com esse jeito moleque de ser cearense cabeça chata, que não levamos quase nada a sério, nem mesmo a política. Senhorita Deborah Soft passou da vida da noite de roupas tiradas e shows de sexo explicito em boates para a vida de senhora da política com votos consideráveis, faria uma pesquisa mais detalhada se quisesse, mas não quero. E nossa Adrielle Fatal? Alguns dizem que ela não terá a mesma sorte. Eu discordo. Sorte é para quem quer ter sorte, e sendo assim, para poucos. Penso que ela será eleita. Eu nunca acreditei em política, nos dias atuais não acredito em mais nada. E sendo assim, nada mais justo que no próximo Domingo nas eleições para prefeito e vereador, o zero zero será meu numero de ordem, ou de falta de ordem. Eu não sou punk nem muito menos anarquista, eu só não acredito em política, em políticos, em promessas. Nunca acreditei, não darei chance que algum imbecil ganhe dinheiro as minhas custas. Meu dinheiro é meu, eu já tenho que vender (e agora pagar) para tê-lo. Não se deve dar muita chance que algum idiota passe quatro anos quanhando muito dinheiro trabalhando pouco. Mas pensando assim, não é isso que todos nós queremos? E pensando ainda assim, é até bem dado os cargos as meninas de Strip, elas já pegaram muito no duro para suportar essa vida. E essa vida por vezes é muito dura para ser suportada.

sábado, 20 de setembro de 2008

UM ROMANCE INÉDITO DE JORGE AMADO

Caros amigos,
Para mim está sendo uma grande honra lançar nacionalmente o meu romance “Maria do Monte, o romance inédito de Jorge Amado” – (Tear da memória Editora) na Fundação Casa de Jorge Amado, na cidade da Bahia de todos os Santos...
Abraços
do

Carlos Emílio C. Lima.
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Recebi essa do Carlos Emílio sobre o lançamento de seu novo livro. Você pode vir aqui e conferir o primeiro capítulo do livro antes de seu lançamento oficial. Leia mais.

sábado, 13 de setembro de 2008

AS TENTATIVAS DE CONTINUAR

O que é exposto como destino em nossas mãos é no máximo a possibilidade de um mapa mal rasurado [e quando muito uma bússola!] cabe a nós assumirmos o risco de uma trajetória sinuosa... Uma longa caminhada corresponde ao olhar introspectivo da escrita: há expectativas e estas decorrem oclusivas e silenciosas no ser... Assim escreve-se porque entre tantas coisas há um silêncio, e prossegue-se nesta escrita porque se persegue este mesmo silêncio... A partir dele estão os sentidos, as memórias, os afetos... Não importa o quanto à palavra esteja eclipsada, ela ainda está ali... Eis a razão porque continuar; ainda que após auchswitz escrever poesia seja um ato de barbárie [adorno]... Ainda que um rio fique completamente seco, há a pedregosidade de algo que nunca se deixa mudo... O pensamento como algo que nos arrasta silenciosamente [um modo outro de buscar esta escrita]. Deste silêncio há muito que se falar: a crise da linguagem é mais ainda um motivo pra continuar a escrever... Eis mais uma face do silêncio como recolhimento tão necessário à criação [blanchot]... Em maio nem tanto uma ou outra língua, mas a correnteza de uma linguagem que nos move o pensamento, a memória e sua siamesa relação com o esquecimento – eis o desafio: o que fazermos com este pensar? Resistirmos como testemunha de um naufrágio ou tragédia? Esta escrita persevera em direção a uma fronteira... Não importa o caos de um tempo em que se está sempre envolvido, respira-se contra & além dessa existência...

A palavra que se desancora & se desafia – Benoni Araújo
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Eu sou este silêncio, eu estou neste silêncio. Algo que me impede de escrever como antes. Talvez porque já não seja mais hora de escrever. Mas talvez porque já não seja mais hora, aí então que sinto essa necessidade de escrita mesmo que ela não signifique tanto para tantos. Mas para mim, é algo que não poço deixar morrer. Porque morremos todos os dias, a morte não vem de uma vez só, ela acontece todo o tempo, e assim se segue até um momento maior. Por isso, talvez mesmo sem tanta vontade, ou com a cabeça já não funcionando como era antes, e mesmo sentindo que já não existe mais uma volta possível ao que era antes, é assim que tento continuar. Eu sou o antes. Mas nem sempre sou o agora. E mesmo eclipsado, talvez ainda continue aqui.

De toda forma, não consegui pensar em um outro texto para (ré) começar como “A Palavra que se desancora e se desafia” do escritor Benoni Araújo. Sei que foi um dos últimos posts de meu antigo blog, mas mesmo assim, este texto para mim é algo que sempre vale a pena ser lido.
Seja bem vindo a este mundo invisível.