terça-feira, 28 de abril de 2009

E NESTE SÁBADO À NOITE...

... Vai ter Montage e Plastic Noir no velho e bom Hey Ho Rock Bar a partir das 21 horas, lançando essa tal de “Rede Ceará de Música” que eu não sei nem o que é, mas que para descobrir, a melhor forma é chegar por lá e conferir as performances de Daniel Peixoto com sua Montage e o Gótico Pós punk da Plastic Noir, uma mistura que vai ser um tanto interessante pode se dizer. E na discotecagem ainda os Dj´s Babuê e DENISDEAD.
Então rapeize, chamado geral para comparecer por lá e curtir um bom som.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

COMUNICAÇÃO CAÓTICA.

En Passant, peça escrita por Rafael Martins, trata dos gritos e das impossibilidades comunicativas no ser contemporâneo, o que se quer falar e o que não se consegue dizer a partir de palavras, o caótico que por vezes é se mostrar para alguém. Um homem e uma mulher que se conhecem nos balanços de uma praça em uma madrugada, o que eles teriam a dizer um ao outro? O que conseguem a partir de uma gagueira caótica é uma comunicação difícil com pensamentos atrapalhados, por vezes engraçados, outras horas tristes, melancólicos. Que ruído existe dentro de você sem que consiga externá-lo? Que grito guardado existe dentro de você? Qual seu som?
Dirigido por Jadeilson Feitosa que também atua junto com Milena Pitombeira, En Passant é um belo tipo de grito, uma gagueira, um balbucio onde as sensações pulsam do palco para quem está na platéia. Ficará em cartaz no BNB até amanhã, nos horários de 16h e 18h30. É bom não perder.
E para ler mais sobre a peça, venha no Teatro e Cia.
En Passant
Autor, criação de trilha sonora e fotografia: Rafael Martins.
Diretor: Jadeilson Feitosa.
Cenografia e figurino: Yuri Yamamoto.
Produção: Mário Alves.
Elenco: Jadeilson Feitosa e Milena Pitombeira.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

NA CIDADE, ÀS VEZES.

SOBRE AS CIDADES.

Está em amostra no Centro Cultural Banco do Nordeste a exposição “Rastilho”, que traz os três artistas André Komatsu (SP), Marcelo Cidade (SP) e Yuri Firmeza (CE/SP), com vídeos explorando a temática urbana.


Quantas cidades existem dentro de você? Você vive realmente na cidade onde morra?

Divagações, explorações nos centros urbanos, caminhadas, intervenções... A cidade como tema principal, a cidade como corpo, o ser e a cidade, o espaço urbano demarcado no corpo de quem vive na cidade. Com a curadoria de Paula Dalgalarrondo os três artistas mostram seus pontos de vista sobre assuntos urbanos, que por vezes tanto nos tranqüilizam quanto nos amedrontam. Vejam os vídeos “Oeste – Até Onde O Sol Pode Alcançar” e “Corpo Duro” de André Komatsu. A exposição ficará no BNB até 26 de Abril. Aproveite.

FANZINES.



Rever a exposição Rastilho me fez recordar que nessa semana desencavei algumas coisas do passado em um momento de rara nostalgia. Já que quase nunca sinto falta de pessoas, mas sim de épocas da vida, nesta semana relembrei dos tempos de criações “zinísticas” e desencavei do fundo de minha caixa com fanzines, muitos zines lançados aqui na Cidade Solar Forte Fortaleza. Um dos zines reencontrado foi este aí à cima “... Da Primeira Vez Era Cidade” da menina Lara Vasconcelos, que tinha como tema a cidade, alguns anseios sobre, questionamentos e pontos de vista.


AINDA SOBRE ZINES.

Eu tinha falado para mim mesmo que não gastaria mais tempo nem muito menos dinheiro para criar fanzines outra vez, mas por estes dias acabei caindo em tentação e terminei o “Entrada Livre”, zine que comecei a fazer a não sei quanto tempo atrás, mas só agora realmente terminei-o. Gastei algumas cédulas com cópias, mas acho que ainda farei umas mudanças. De toda forma, se um dos dois leitores ou um outro alguém que por acaso ou acidente ou indicação minha vier cair neste blog tiver algum interesse em fanzines e quiser um “Entrada Livre”, é só deixar algum comentário com endereço que mando o zine via correio. Ou esperem que um dia coloco aqui no blog mesmo.


AINDA SOBRE A CIDADE... E TEATRO.


Estão em cartaz no Teatro Emiliano Queiroz as peças “Tá Namorando! Tá Namorando!” e “Pornográficos”, ambas dirigidas por Yuri Yamamoto, nos sábados e domingos deste mês. E como Yamamoto é muito fera e mais ainda quando trabalha com textos de Rafael Martins (Pornográficos) é claro que irei ver e rever as peças.





domingo, 12 de abril de 2009

ROOOOCK, PARA COMEMORAR.



Autoramas, com super clipe de Você Sabe, música do disco “Nada Pode Parar Os Autoramas” que nesta época ainda estava com a sempre inesquecível Simone do Vale.

Rooooooock de primeira que já tive o prazer de ver ao vivo aqui no Forte. Que inclusive estará aniversariando amanhã.

Vídeo dedicado para a Ju, que levou meu disco dos Autoramas e ouviu essa música até quase arranhar.

domingo, 5 de abril de 2009

UMA SENHORA DO GELO.

Molhada ainda de marinhos ventos, a Casa de Água guarda a respiração dessa mulher que anda, num estado de vidência órfica, da varanda ao quarto; do quarto à sala de música; e dali ao sono. Atrás dos muros de todas as casas de Villa da Concha há sempre uma roseira-branca que desfolha a chuva. Olor fino de chá. A essência de Krishna: Krim. Dentro do sono da mulher que respira inicia uma outra Casa de Água – a do sonho – que vence as chuvas contrárias e navega ao longo de uma restinga onde, naquela duna, escutamos um espírito que pronuncia: “Os hindus costumam dizer que existem árvores que podem ser chamadas de Kalpvrakshas – senta-se sob elas e tudo o que se deseja é satisfeito sem intervalo de tempo”. Inspirado pelo dito oriental, deito sob uma oliveira e peço ao meu coração que nade num trevo de quatro folhas.”

Trecho da novela “A Senhora do Gelo” escrita por Fernando José Karl.
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Conheci a literatura de Karl quando li poemas seus na revista Coyote, e de imediato senti que teria que conhecer sua literatura. Depois de algum tempo e alguma insistência minha, Karl me enviou sua novela via e-mail para eu ler. Uma novela escrita em uma prosa poética inspiradora sobre um homem escritor do tempo, e uma mulher que mora em uma casa de água dentro de um vilarejo perdido em algum tipo de paraíso suspenso pela palavra, pelo sonho, pela lágrima.

Quem quiser, pode ler aqui a novela “A Senhora do Gelo” de Fernando José Karl, que também navega em seu suspenso blog Nautikon.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

A INVISIBILIDADE CULTURAL SEGUNDO A INTUIÇÃO DE UM PARANÓICO CRÍTICO

INVISIBILIDADE CULTURAL
O estado de isolamento da literatura, da cultura do Ceará como um todo é tão intenso neste país que o único escritor contemporâneo citado pela grande mídia como cearense não reside no seu estado de origem há 30 anos: o médico Ronaldo Correia de Brito. Ele é praticamente quase um pernambucano da gema, pois reside mesmo é no Recife, contente, feliz e produzindo sempre por lá, sem nenhum vínculo com o Ceará, totalmente aderido ao movimento intensivo da cultura pernambucana. Caso morasse por aqui seria invisível. Ainda mais: em recente nota na Carta Capital, o Cidadão Instigado, grupo de música experimental, fortalezense visceral, foi chamado de recifense!E ficou por isso mesmo. Percebendo isso, a Secretaria de Cultura do Ceará vem realizando fóruns específicos com os artistas de todas áreas para reverter essa situação o quanto antes e de uma vez por todas. Dessas reuniões importantíssimas surgirão mapeamentos-de-estratégia para uma ação vital de modificação desse panorama de invisibilidade.

Intuição de um paranóico crítico
No plano editorial, nenhum escritor ou poeta cearense de qualidade, contemporâneo, vem sendo publicado por qualquer das grandes editoras brasileiras. Ana Miranda, que nunca viveu aqui-somente a infância e olhe lá - não conta. Agora, merecidamente famosa, veio refugiar-se na bela e inspiradora Prainha. Os mortos também não contam. Patativa do Assaré, Rachel de Queiróz, José de Alencar e outros poucosos restantes que ainda são publicados são todos do século XIX já que autores da mesma importância tais como Jáder de Carvalho, Moreira Campos, Aluísio Medeiros, Fran Martins, Durval Aires, Antonio Girão Barroso, Juarez Barroso, todos igualmente mortos, não são mais conhecidos por ninguém que freqüente as livrarias, os jornais, o rádio, a televisão, e a própria internet. Como explicar essa segregação real de nossa literatura e cultura no plano nacional? Haverá um plano maquiavélico midático de só comentar cultura brasileira até o estado de Pernambuco, que serve de ponto final, de muralha? E depois?

ASSIM NÃO DÁ!
E depois?Depois a mídia, as editoras pulam um espaço cultural de milhares de quilômetros, vão até Manaus, e pescam das profundidades do Rio Negro o talentoso, melodioso boto róseo Miltom Hatoum. Escritores cearenses que moram no RJ também não valem como prova de inserção na mídia, nas grandes editores. No caso, Adriano Espínola, por ex, já que uma escritora de enorme talento que mora há décadas no Rio de Janeiro como Maria Hilda Gouveia de Oliveira jamais é sequer mencionada. Exemplo novo concreto: nesse longa metragem de Helena Solberg e Marco Debellan, Palavra Encantada, nenhum grande letrista cearense como um Fausto Nilo, ou um compositor-cantor-letrista como Belchior, Ednardo, sem falar nos mais novos como o próprio Catatau, foi sequer convidado para participar dessa bela encenação cinematográfica que também, infelizmente é incompleta, omissa, e portanto, segrega mesmo parecendo não querer.Terminam o mapeamento novamente em Pernambuco com o Liminha e Lenine. Parece que existe mesmo um encantamento.

Não cometam Podas de Poesia uma outra vez
E quando forem fazer um filme sobre POESIA FALADA como o Chacal já está amplamente sugerindo num texto que escreveu-inseriu no site do Palavra Encantada na web entrem pela seção Notícias deste heterodoxo Cronópios-, se forem dessa vez de novo omitir nesse FILME o largo movimento Rodas de Poesia atuando desde 1999, o Massa-Nova, as Zonas Poéticas Liberadas as famosa ZPLS, o Jiriquiti, os Poemas Violados, os poetas da Praça do Ferreira e tantos outros daqui do Ceará, não haverá mesmo nenhuma outra explicação para esse desfato e desfeita do que a franca e honesta discriminação. Sistemática, geograficamente orientada. Essa omissão da palavra cantada cearense neste filme de Helena Solberg e cia prova no mínimo falta de cultura musical, de sensibilidade cultural. A omissão no filme de depoimentos-apresentações-perfomances de um Fausto Nilo, de um Antonio Soares Brandão, de um Ednardo e de um Belchior é simplesmente inaceitável! O Ceará foi guetalizado: ninguém mais entra , ninguém mais sai?

Carlos Emílio Correa Lima Barreto
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Estes textos originalmente foram publicados no café do site Cronópios. Os recebi via e-mail do escritor Carlos Emílio já faz um tempo, mas penso que ainda vale reproduzi-los aqui no blog para outros cearenses e para outros que daqui não forem e que ainda não leram.